Princesa Ardínia |
Um belo dia, estava a linda princesa sentada à sombra do laranjal que rodeava o castelo, quando passou por perto, montado no seu cavalo, um nobre cavaleiro cristão, chamado D. Tedon, que Ardínia conhecia das histórias contadas pelos jograis.
Os seus olhares trocaram-se e logo ali se apaixonaram.
Mas este amor tornava-se proibido porque Tedon era cristão e Ardínia era uma princesa moura. Mouros e cristãos eram inimigos e andavam em guerra há muito, muito tempo.
Porém, em certa noite de luar, a princesa Ardínia decidiu fugir do castelo, às escondidas de seu pai, para se ir encontrar com D. Tedon. Ardínia e a sua aia Alcanides caminharam três dias e três noites, acabando por se perder nas terras do rio Távora.
Quando avistaram o pequeno mosteiro de S. Pedro das Águias, foram recebidas pelo abade D. Gelásio, que era amigo de Tedon. Ele aconselhou-a a aprender a doutrina cristã e a batizar-se, para poder casar com o cavaleiro cristão, que, entretanto, avisado pelo abade Gelásio, partira ao encontro da sua amada.
Castelo de Lamego |
O rei Alboacém, pai de Ardínia, ficou furioso quando soube da fuga e que esta se tinha convertido à fé cristã; mandou selar o seu cavalo e a galope partiu do castelo à sua procura.
Quando encontrou a princesa, já o casamento decorria. O rei puxou, então, da sua espada para castigar a filha, mas, nesse preciso momento, a princesa Ardínia transformou-se numa inocente pomba branca. D. Tedon sofreu imensa dor e jurou vingança, partindo para a guerra contra os mouros de Alboacém.
Narra a lenda que, ainda hoje, nas noites de luar, uma linda pomba branca é vista a voar à volta do Castelo e que se ouve, na sua cisterna, a bela Ardínia chorar."
S. Pedro das Águias, Tabuaço |
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